27 fevereiro 2021

                                        APONTAMENTOS 

NOVELENSES

             O propósito é lembrar alguns nomes de lugares, quintas, ruas, presas, caminhos e nomes esquecidos no tempo, que,  com a nova toponímia foi perdendo sentido nomeadamente nos mais novos.

                                    Hoje publico as letras

O e P

"O"


OUTEIRO DA CRUZ (Lugar; Rua; Rua Nova) – Lugar de forte cariz lendário onde pontifica a “moura encantada”[1].

Outeiro Pequeno monte ou colina.

CruzInstrumento de suplício, formado geralmente por duas peças de madeira[2].

Lugar – Situa-se entre a estrada nacional e o caminho, que segue do lugar das Chaves para Santa Marinha, no limite com esta. Foi extinto com a nova toponímia Novelense.

Rua – Tem o inicio na rua do Monte, junto à rua Outeiro de Velhas, Santa Teresa, e Camilo Castelo Branco, ocupando o antigo caminho que seguia de Novelas para Santa Marinha, termina no limite com esta freguesia.

Rua Nova – Inicia nas primeiras casas do chamado lugar de Outeiro da Cruz, à direita quem vai para Santa Marinha, desce até à estrada nacional, hoje Avenida Vasco da Gama.

 

OUTEIRO DE VELHAS (Lugar; Rua) – Está corrompido de “velas”, de velar, este pelo latim “vigilare”, estar de vigia, de guarda ou de sentinela a vigiar[3].

Lugar – Situa-se no limite com a freguesia de Bitarães, pelo lugar de Carcavelos, pelo lado esquerdo fica o lugar do Campo e pelo outro o lugar do Outeiro da Cruz. Foi extinto pela nova toponímia Novelense.

Rua Começa junto ao bloco Habitacional, no entroncamento das ruas do Monte, Outeiro da Cruz, Santa Teresa e Camilo Castelo Branco, termina no limite da freguesia. Na parte mais baixa desta rua ao seu lado direito situa-se a presa da Lameirinha.

 

"P"

 

PALHEIROS (Caminho) – Local, casa onde se guarda palha. Existe um palheiro em granito bastante baixo, situa-se no caminho entre o Cruzeiro e o lugar das Chaves, não tem portas para o lado do caminho, tendo-as só para o lado oposto. Situa-se no extinto Lugar do Cruzeiro.

Caminho - Começa junto do Cruzeiro, termina nas primeiras casas do lugar de Chaves. Era estreito, sendo utilizado por lavradores com os seus carros de bois, hoje é bastante largo e com bastante trânsito, em todo o seu trajecto tomou o nome de Rua do Cruzeiro.

Existe um palheiro em granito bastante baixo, situa-se no caminho entre o Cruzeiro e o lugar das Chaves, não tem portas para o lado do caminho, tendo-as só para o lado oposto. Situa-se no extinto Lugar do Cruzeiro.

 

PAU (Ponte) – Qualquer pedaço de madeira.

Ponte – Existe por cima do rio Sousa, em frente do Cemitério da freguesia, uma ponte a que os Novelense chamam (Ponte de Pau).

Lembro-me desta ser em madeira, esse o motivo se chamar (ponte Pau). Hoje a sua estrutura é em ferro e pavimento em cimento.

Servia para os lavradores, passarem de um para o outro lado para cultivar os campos, é estreita e já alguns anos colocaram uma cancela, que nunca esta fechada.

 

PAZ (Rua) – Estado de um país que não está em guerra; assinar a paz[4].

Rua – Começa na estrada nacional (Penedos), sobe até encontrar o monte da Carreira de Tiro. Pode se considerar uma rua de topo. Cruza a rua da Fonte Velha, junto do Fontenário e Alminhas do Covilhô.

 

PENAFIEL (Cidade; Bispado; Concelho; Estação) – A origem do nome Penafiel é diferente em diversas lendas, sendo no entanto a mais comum a que afirma que a origem do nome surgiu de fortificações existentes na localidade. Quando se deu a fundação da cidade, erguiam-se aqui dois castelos: um deles situava-se junto ao rio Sousa, a norte do seu leito, e chamava-se Castelo de Aguiar de Sousa; O segundo na margem sul denominava-se castelo da Pena (Pennafidelis). Atacado diversas vezes pelos mouros, esta última fortificação nunca se rendeu, o que lhe valeu o epíteto de "fiel" passando assim a ser conhecida por Castelo de Penafiel.

CidadeAté ao reinado de D. José I, era conhecida como Arrifana de Sousa; por carta régia de 3 de Março de 1770, viu a sua designação alterada para cidade Penafiel[5]. Comemora-se neste, o dia da cidade e concelho, a Câmara Municipal condecora, pessoas e instituições.

Bispado - Foi sede de Bispado, a quando cidade, e o seu bispo Frei Inácio de São Caetano.

Concelho – É composto por trinta e oito freguesias, com a população de mais de 72000 habitantes, 212,2 Km2 de área, e 338,4 Habitantes por Km2[6].

Estação – Situada na freguesia de Novelas, ao km 38,752 da linha do Douro[7].

 

PENEDOS (Lugar; Quinta; Espigueiro[8]; Rua; Travessa) – Grande pedra, penha, penhasco, rocha, rochedo[9].

Com o alargar da estrada nacional, rua dos Penedos, e muito recentemente a abertura da rua que vai dar à nova estação, foi destruída uma grande pedra “Penedo” aí existente.

Lugar – Situado entre a estrada nacional, lugar do Tojinho, Ganchas, Lagoa, Arcozelo de Além e o Dá Aquém.

O lugar dos Penedos foi extinto com a nova toponímia Novelense (ruas).

Quinta – Situada junto da estrada, hoje encontra-se abandonada, ainda são visíveis algumas, casas da quinta e o seu espigueiro em granito e a eira.

Rua - Começa na estrada nacional, junto aos terrenos da quinta dos Penedos, sobe até ao espigueiro e eira da mesma, desce pelo meio do casario, e termina já no meio de campos onde se chama Lagoa[10].

Travessa – Depois de passar o espigueiro dos Penedos, à nossa esquerda uma pequena rua de topo.

 

PICOTA (Quim Picota) – “Espécie de pelourinho, pau aguçado, onde se exponham as cabeças dos justiçados. Nome vulgar da haste do êmbolo de uma bomba”[11].

Quim Picota – Joaquim Pacheco, nasceu em Novelas a 23 de Julho de 1932, trabalhou sempre a terra como empregado da casa das “MELAS”, faleceu na terra em que nasceu a 15 de Março de 2005, está sepultado no Cemitério de Novelas.

Em mais novo nos jogos de futebol, e noutras brincadeiras, em que participava, sempre descalço, “pois não se sentia bem com os pés apertados”, e quem por azar levava um pontapé ficava a queixar-se durante algum tempo. Foi sempre um “mouro” de trabalho, amanhando de sol a sol, a terra que também conhecida. 

 

PINHEIRO (Quinta; Lugar; Marco[12]) – “Arvore pinácea, de folhagem sempre verde, da qual se extrai a resina”[13].

“O lugar deriva da existência de um pinheiro, geralmente de grande porte”[14].

Quinta – Encostada à Carreira de Tiro, e Escola do Covilhô, tem a entrada para o caminho Novelas, Bustelo, hoje rua da Fonte Velha. Como quinta encontra-se abandonada já muito tempo, a casa encontra-se habitada. 

Lugar – Os moradores mais próximo da quinta do Pinheiro, tomaram este nome para lugar, foi extinto, com a nova toponímia Novelense.

 

POÇOS (Quinta) – “Cavidades profundas, abertas no solo, para delas se retirar água”[15].

Quinta – Encontra-se situada entre os lugares do Cruzeiro e o das Chaves, já bastante tempo que se encontra abandonada, o último caseiro foi o Sr. António dos Poços.

 

PONTE (Novelas; Lugar; Rua; Alminhas[16]) – “Construção destinada a por em comunicação dois pontos separados por curso de água ou por depressão de terreno”[17].  

Ponte de NovelasNo centro da freguesia, por cima do rio Sousa existe a Ponte de Novelas, que faz parte da estrada nacional 106, que atravessando a freguesia de lés a lés, é por excelência o centro da freguesia. Por volta do ano 1911, foi esta alargada para ver passar o comboio, da extinta Companhia do Caminho de Ferro de Penafiel à Lixa e Entre-os-Rios.

A pequena distância situava-se a estação do Caminho de Ferro, igreja e escola. Mais recente foi construída a sede da junta de freguesia e capela mortuária, e em Janeiro de 1973, a sede da Associação Recreativa Novelense também se instalou nas suas imediações.

“Tem huma Ponte de Cantaria de Pedra com três ilhais pasage por onde passa huma Estrada publica para Villa de Arrifana e para muntas mais partes do Reyno e está asituada no meyo da freguezia”[18].

Lugar – Nas imediações da Ponte de Novelas, entre a linha do comboio, Estrada de Carrazedo até à cabina, e estrada nacional das cancelas[19] até à casa do Ferreiro, faziam parte do lugar da Ponte.

As ruas do Rio, Moinho, Ginço, Associação e parte da Avenida 25 de Abril até à chamada casa do Ferreiro, eram dentro dos limites deste lugar.

Lugar da Ponte foi extinto com a provação na Assembleia de Freguesia, da nova toponímia (ruas) Novelense.

RuaComeça junto da Ponte de Novelas, e termina na cabine de transformação eléctrica, ocupou mais ou menos metade da antiga Estrada de Carrazedo.

 

PROGRESSISTA (Jornal) – “Partidário do progresso. Que é favorável ao progresso[20]

Jornal - O primeiro órgão de informação Novelense, editado pela Secção de Jornal[21], da Associação Recreativa Novelense.

 

Primeira página de “O PROGRESSISTA” – Colecção do autor

A 26 de Outubro de 1975 saiu à rua, destaco neste número em Editorial, “sou jovem, por isso peço para me ajudarem desde a simples divulgação até à contribuição monetária para fazer face às despesas que me deparam”.

Saíram sete números, o ultimo com a data de 7 de Novembro 1976, destaco o manifesto eleitoral de duas listas (C.I.N. e P.S.), candidatas às primeiras eleições autarcas depois do 25 de Abril.

 

                                              Novelas Julho de 2008

                                                               Novelas, maio 2010 

                                                                     Joaquim Pinto Mendes, 

                                                              Novelas, 27 de fevereiro de 2021

                                                                    jornalagalga@gmail.com

[1] Temas Penafidelenses Volume IV, pagina17 de António Gomes de Sousa e Manuel Ferreira Coelho.

[2] Dicionário Prático Ilustrado” da Lello & Irmão.

[3] Temas Penafidelenses Volume IV, pagina17 de António Gomes de Sousa e Manuel Ferreira Coelho.

[4] Dicionário Prático Ilustrado” da Lello & Irmão.

[5] Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

[6] http://www.cm-penafiel.pt

[7] História do Caminho de Ferro do Minho e Douro

[8] Ver “ESPIGUEIRO” dos Penedos.

[9] Dicionário Prático Ilustrado” da Lello & Irmão.

[10] Ver “Lagoa”.

[11] Dicionário Prático Ilustrado” da Lello & Irmão.

[12] Ver Marco do Pinheiro página ????

[13] Dicionário Prático Ilustrado” da Lello & Irmão.

[14] Temas Penafidelenses Volume IV, pagina54, de António Gomes de Sousa e Manuel Ferreira Coelho.

[15] Temas Penafidelenses Volume IV, pagina55, de António Gomes de Sousa e Manuel Ferreira Coelho.

[16] Ver Alminhas página ??

[17] Dicionário Prático Ilustrado” da Lello & Irmão, página 932.

[18] Memorias Paroquiais de 1758, Temas Penafidelenses Volume III, pagina130, de António Gomes de Sousa e Manuel Ferreira Coelho.

[18] Memórias Paraquiais de 1758

[19] Extintas com a duplicação da Via Férrea.

[20] Dicionário Prático Ilustrado” da Lello & Irmão, página 959.

[21] Secção da A. R. N., responsável pela edição do jornal, nos anos de 1975 e 1976.


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