APONTAMENTOS
O propósito é lembrar alguns nomes de lugares, quintas, ruas, presas, caminhos e nomes esquecidos no tempo, que, com a nova toponímia foi perdendo sentido nomeadamente nos mais novos.
Hoje publico as letras
O e P
"O"
OUTEIRO
DA CRUZ (Lugar;
Rua; Rua Nova) – Lugar de forte cariz
lendário onde pontifica a “moura encantada”[1].
Outeiro – Pequeno monte ou colina.
Cruz – Instrumento
de suplício, formado geralmente por duas peças de madeira[2].
Lugar – Situa-se entre a estrada nacional e o
caminho, que segue do lugar das Chaves para Santa Marinha, no limite com esta.
Foi extinto com a nova toponímia Novelense.
Rua – Tem o inicio na rua do Monte, junto à rua
Outeiro de Velhas, Santa Teresa, e Camilo Castelo Branco, ocupando o antigo
caminho que seguia de Novelas para Santa Marinha, termina no limite com esta
freguesia.
Rua Nova – Inicia nas primeiras casas do chamado
lugar de Outeiro da Cruz, à direita quem vai para Santa Marinha, desce até à
estrada nacional, hoje Avenida Vasco da Gama.
OUTEIRO
DE VELHAS (Lugar;
Rua) – Está corrompido de “velas”, de
velar, este pelo latim “vigilare”, estar de vigia, de guarda ou de sentinela a
vigiar[3].
Lugar – Situa-se no limite com a freguesia de
Bitarães, pelo lugar de Carcavelos, pelo lado esquerdo fica o lugar do Campo e
pelo outro o lugar do Outeiro da Cruz. Foi extinto pela nova toponímia
Novelense.
Rua – Começa
junto ao bloco Habitacional, no entroncamento das ruas do Monte, Outeiro da
Cruz, Santa Teresa e Camilo Castelo Branco, termina no limite da freguesia. Na
parte mais baixa desta rua ao seu lado direito situa-se a presa da Lameirinha.
"P"
PALHEIROS
(Caminho)
– Local, casa onde se guarda palha. Existe um palheiro em granito bastante
baixo, situa-se no caminho entre o Cruzeiro e o lugar das Chaves, não tem
portas para o lado do caminho, tendo-as só para o lado oposto. Situa-se no
extinto Lugar do Cruzeiro.
Caminho - Começa junto do Cruzeiro, termina nas
primeiras casas do lugar de Chaves. Era estreito, sendo utilizado por
lavradores com os seus carros de bois, hoje é bastante largo e com bastante trânsito,
em todo o seu trajecto tomou o nome de Rua do Cruzeiro.
Existe um palheiro em granito bastante baixo, situa-se
no caminho entre o Cruzeiro e o lugar das Chaves, não tem portas para o lado do
caminho, tendo-as só para o lado oposto. Situa-se no extinto Lugar do Cruzeiro.
PAU (Ponte) – Qualquer pedaço de madeira.
Ponte – Existe por cima do rio Sousa, em
frente do Cemitério da freguesia, uma ponte a que os Novelense chamam (Ponte de
Pau).
Lembro-me desta ser em madeira, esse o motivo se
chamar (ponte Pau). Hoje a sua estrutura é em ferro e pavimento em cimento.
Servia para os lavradores, passarem de um para
o outro lado para cultivar os campos, é estreita e já alguns anos colocaram uma
cancela, que nunca esta fechada.
PAZ (Rua) – Estado de um
país que não está em guerra; assinar a paz[4].
Rua – Começa na estrada nacional (Penedos), sobe
até encontrar o monte da Carreira de Tiro. Pode se considerar uma rua de topo.
Cruza a rua da Fonte Velha, junto do Fontenário e Alminhas do Covilhô.
PENAFIEL (Cidade; Bispado; Concelho;
Estação) – A origem do nome Penafiel é
diferente em diversas lendas, sendo no entanto a mais comum a que afirma que a
origem do nome surgiu de fortificações existentes na localidade. Quando se deu
a fundação da cidade, erguiam-se aqui dois castelos: um deles situava-se junto
ao rio Sousa, a norte do seu leito, e chamava-se Castelo de Aguiar de Sousa; O
segundo na margem sul denominava-se castelo da Pena (Pennafidelis). Atacado diversas
vezes pelos mouros, esta última fortificação nunca se rendeu, o que lhe valeu o
epíteto de "fiel" passando assim a ser conhecida por Castelo de
Penafiel.
Cidade – Até
ao reinado de D. José I, era conhecida como Arrifana de Sousa; por carta régia
de 3 de Março de 1770, viu a sua designação alterada para cidade Penafiel[5].
Comemora-se neste, o dia da cidade e concelho, a Câmara Municipal condecora,
pessoas e instituições.
Bispado - Foi sede de Bispado, a quando cidade,
e o seu bispo Frei Inácio de São Caetano.
Concelho – É composto por trinta e oito
freguesias, com a população de mais de
72000 habitantes, 212,2 Km2 de área, e 338,4 Habitantes por Km2[6].
Estação – Situada na freguesia de Novelas, ao km
38,752 da linha do Douro[7].
PENEDOS (Lugar; Quinta;
Espigueiro[8]; Rua;
Travessa) – Grande pedra, penha,
penhasco, rocha, rochedo[9].
Com o alargar da estrada nacional, rua dos
Penedos, e muito recentemente a abertura da rua que vai dar à nova estação, foi
destruída uma grande pedra “Penedo” aí existente.
Lugar – Situado entre a estrada nacional,
lugar do Tojinho, Ganchas, Lagoa, Arcozelo de Além e o Dá Aquém.
O lugar dos Penedos foi extinto com a nova
toponímia Novelense (ruas).
Quinta – Situada junto da
estrada, hoje encontra-se abandonada, ainda são visíveis algumas, casas da
quinta e o seu espigueiro em granito e a eira.
Rua - Começa na estrada nacional, junto aos
terrenos da quinta dos Penedos, sobe até ao espigueiro e eira da mesma, desce
pelo meio do casario, e termina já no meio de campos onde se chama Lagoa[10].
Travessa – Depois de passar o espigueiro dos
Penedos, à nossa esquerda uma pequena rua de topo.
PICOTA (Quim Picota) – “Espécie
de pelourinho, pau aguçado, onde se exponham as cabeças dos justiçados. Nome
vulgar da haste do êmbolo de uma bomba”[11].
Quim Picota – Joaquim Pacheco,
nasceu em Novelas a 23 de Julho de 1932, trabalhou sempre a terra como
empregado da casa das “MELAS”, faleceu na terra em que nasceu a 15 de Março de
2005, está sepultado no Cemitério de Novelas.
Em mais novo nos jogos de futebol, e noutras
brincadeiras, em que participava, sempre descalço, “pois não se sentia bem com
os pés apertados”, e quem por azar levava um pontapé ficava a queixar-se
durante algum tempo. Foi sempre um “mouro” de trabalho, amanhando de sol a sol,
a terra que também conhecida.
PINHEIRO (Quinta; Lugar; Marco[12]) – “Arvore pinácea, de folhagem sempre verde, da qual se extrai a resina”[13].
“O lugar
deriva da existência de um pinheiro, geralmente de grande porte”[14].
Quinta – Encostada à Carreira de Tiro, e
Escola do Covilhô, tem a entrada para o caminho Novelas, Bustelo, hoje rua da
Fonte Velha. Como quinta encontra-se abandonada já muito tempo, a casa
encontra-se habitada.
Lugar – Os moradores mais próximo da quinta
do Pinheiro, tomaram este nome para lugar, foi extinto, com a nova toponímia
Novelense.
POÇOS (Quinta) – “Cavidades profundas, abertas no solo, para
delas se retirar água”[15].
Quinta – Encontra-se situada entre os lugares
do Cruzeiro e o das Chaves, já bastante tempo que se encontra abandonada, o último
caseiro foi o Sr. António dos Poços.
PONTE (Novelas; Lugar; Rua;
Alminhas[16]) – “Construção destinada a por em comunicação dois pontos separados por
curso de água ou por depressão de terreno”[17].
Ponte de Novelas – No centro da
freguesia, por cima do rio Sousa existe a Ponte de Novelas, que faz parte da
estrada nacional 106, que atravessando a freguesia de lés a lés, é por excelência
o centro da freguesia. Por volta do ano 1911, foi esta alargada para ver passar
o comboio, da extinta Companhia do Caminho de Ferro de Penafiel à Lixa e
Entre-os-Rios.
A pequena distância situava-se a estação do
Caminho de Ferro, igreja e escola. Mais recente foi construída a sede da junta
de freguesia e capela mortuária, e em Janeiro de 1973, a sede da Associação
Recreativa Novelense também se instalou nas suas imediações.
“Tem huma
Ponte de Cantaria de Pedra com três ilhais pasage por onde passa huma Estrada
publica para Villa de Arrifana e para muntas mais partes do Reyno e está
asituada no meyo da freguezia”[18].
Lugar – Nas imediações da Ponte de Novelas,
entre a linha do comboio, Estrada de Carrazedo até à cabina, e estrada nacional
das cancelas[19] até à casa do Ferreiro,
faziam parte do lugar da Ponte.
As ruas do Rio, Moinho, Ginço, Associação e
parte da Avenida 25 de Abril até à chamada casa do Ferreiro, eram dentro dos
limites deste lugar.
Lugar da Ponte foi extinto com a provação na Assembleia
de Freguesia, da nova toponímia (ruas) Novelense.
Rua – Começa junto da Ponte
de Novelas, e termina na cabine de transformação eléctrica, ocupou mais ou
menos metade da antiga Estrada de Carrazedo.
PROGRESSISTA (Jornal) – “Partidário do progresso. Que é favorável ao progresso”[20]
Jornal - O primeiro órgão de informação
Novelense, editado pela Secção de Jornal[21], da Associação
Recreativa Novelense.
Primeira página de “O PROGRESSISTA” –
Colecção do autor
A 26 de Outubro de 1975 saiu à rua, destaco
neste número em Editorial, “sou jovem,
por isso peço para me ajudarem desde a simples divulgação até à contribuição
monetária para fazer face às despesas que me deparam”.
Saíram sete números, o ultimo com a data de 7
de Novembro 1976, destaco o manifesto eleitoral de duas listas (C.I.N. e P.S.),
candidatas às primeiras eleições autarcas depois do 25 de Abril.
Novelas Julho de 2008
Novelas, maio 2010
jornalagalga@gmail.com
[1] Temas Penafidelenses
Volume IV, pagina17 de António Gomes de Sousa e Manuel Ferreira Coelho.
[2] Dicionário Prático Ilustrado” da Lello & Irmão.
[3] Temas Penafidelenses
Volume IV, pagina17 de António Gomes de Sousa e Manuel Ferreira Coelho.
[4] Dicionário Prático Ilustrado” da Lello & Irmão.
[5] Origem: Wikipédia, a enciclopédia
livre.
[6] http://www.cm-penafiel.pt
[7] História do Caminho de Ferro do Minho e Douro
[8] Ver “ESPIGUEIRO” dos
Penedos.
[9] Dicionário Prático Ilustrado” da Lello & Irmão.
[10] Ver “Lagoa”.
[11] Dicionário Prático
Ilustrado” da Lello & Irmão.
[12] Ver Marco do Pinheiro
página ????
[13] Dicionário Prático Ilustrado” da Lello & Irmão.
[14] Temas Penafidelenses
Volume IV, pagina54, de António Gomes de Sousa e Manuel Ferreira Coelho.
[15] Temas Penafidelenses
Volume IV, pagina55, de António Gomes de Sousa e Manuel Ferreira Coelho.
[16] Ver Alminhas página ??
[17] Dicionário Prático Ilustrado” da Lello & Irmão, página 932.
[18]
Memorias Paroquiais de 1758, Temas Penafidelenses Volume III, pagina130, de
António Gomes de Sousa e Manuel Ferreira Coelho.
[18] Memórias Paraquiais de 1758
[19] Extintas com a duplicação
da Via Férrea.
[20] Dicionário Prático Ilustrado” da Lello & Irmão, página 959.
[21] Secção da A. R. N.,
responsável pela edição do jornal, nos anos de 1975 e 1976.
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