26 setembro 2021
03 maio 2021
Já é História VII
NOVELAS
em
1922 e 1923
No Relatório do movimento religioso na Diocese do porto referente aos anos acima mencionados, a freguesia de Novelas, como todas as freguesias da mesma Diocese, os seus párocos enviaram para publicação no mesmo o relatório referente a sua freguesia.
Como sempre o padre de Novelas, José Carneiro da Silva Júnior, ou o padre de Bitarães onde a freguesia de Novelas estava anexa, muito pobre no relatório, enquanto outros falam de sua freguesia com saber, outros se limitam a escrever o menos possível, (exemplo do padre de Cete que não chegaram 2 folhas A4) e outros ainda com mais. O Bispo do Porto era um nosso vizinho D. António Barbosa Leão, nascido na freguesia de Parada de Todeia no concelho de Paredes.
Deixo aqui a foto do Bispo do Porto;
Foto da capa do Dito Relatório;
Foto do relatório do padre referente a Novelas;
29 março 2021
"As Memórias Paroquiais de 1758 são o resultado de um inquérito realizado a todas as paróquias de Portugal.
O inquérito teve lugar em 1758, três anos após o sismo de Lisboa de 1755, a mando de Marquês de Pombal.
O questionário foi enviado a todos os bispos das dioceses do reino, para que fossem respondidos pelos seus párocos e remetidas as respostas à Secretaria de Estado dos Negócios do Reino.
A tarefa de proceder à organização das respostas de todos os documentos coube ao Padre Luís Cardoso, sendo concluída em 1832, já depois do seu falecimento, altura em que se terá completado o índice de todas as respostas aos inquéritos recebidos[1]."
"As perguntas colocadas foram as seguintes; (1)
Parte I
O que se procura saber da terra
1. Em que província fica, a que bispado, comarca, termo e freguesia pertence.
2. Se é d’el-Rei, ou de donatário, e quem o é ao presente.
3. Quantos vizinhos tem, e o número de pessoas.
4. Se está situada em campina, vale, ou monte e que povoações se descobrem dela, e quanto distam.
5. Se tem termo seu, que lugares, ou aldeias compreende, como se chamam, e quantos vizinhos tem.
6. Se a Paróquia está fora do lugar, ou dentro dele, e quantos lugares, ou aldeias tem a freguesia, e todos pelos seus nomes.
7. Qual é o seu orago, quantos altares tem, e de que santos, quantas naves tem; se tem Irmandades, quantas e de que santos.
8. Se o Pároco é cura, vigário, ou reitor, ou prior, ou abade, e de que apresentação é, e que renda tem.
9. Se tem beneficiados, quantos, e que renda tem, e quem os apresenta.
10.Se tem conventos, e de que religiosos, ou religiosas, e quem são os seus padroeiros.
11.Se tem hospital, quem o administra e que renda tem.
12. Se tem casa de Misericórdia, e qual foi a sua origem, e que renda tem; e o que houver de notável em qualquer destas coisas.
13. Se tem algumas ermidas, e de que santos, e se estão dentro ou fora do lugar, e a quem pertencem.
14. Se acode a elas romagem, sempre, ou em alguns dias do ano, e quais são estes.
15. Quais são os frutos da terra que os moradores recolhem com maior abundância.
16. Se tem juiz ordinário, etc., câmara, ou se está sujeita ao governo das justiças de outra terra, e qual é esta.
17. Se é couto, cabeça de concelho, honra ou beetria.
18. Se há memória de que florescessem, ou dela saíssem, alguns homens insignes por virtudes, letras ou armas.
19. Se tem feira, e em que dias, e quanto dura, se é franca ou cativa.
20. Se tem correio, e em que dias da semana chega, e parte; e, se o não tem, de que correio se serve, e quanto dista a terra aonde ele chega.
21. Quanto dista da cidade capital do bispado, e quanto de Lisboa, capital do Reino.
22. Se tem algum privilégio, antiguidades, ou outras coisas dignas de memória.
23. Se há na terra, ou perto dela alguma fonte, ou lagoa célebre, e se as suas águas tem alguma especial virtude.
24. Se for porto de mar, descreva-se o sitio que tem por arte ou por natureza, as embarcações que o frequentam e que pode admitir.
25. Se a terra for murada, diga-se a qualidade dos seus muros; se for praça de armas, descreva-se a sua fortificação. Se há nela, ou no seu distrito algum castelo, ou torre antiga, e em que estado se acha ao presente.
26. Se padeceu alguma ruína no terramoto de 1755, e em quê, e se está reparada.
27. E tudo o mais que houver digno de memória, de que não faça menção o presente interrogatório.
Parte II
O que se procura saber da serra
1. Como se chama.
2. Quantas léguas tem de comprimento e quantas tem de largura, aonde principia e acaba.
3. Os nomes dos principais braços dela.
4. Que rios nascem dentro do seu sítio, e algumas propriedades mais notáveis deles; as partes para onde correm e onde fenecem.
5. Que vilas e lugares estão assim na Serra, como ao longo dela.
6. Se há no seu distrito algumas fontes de propriedades raras.
7. Se há na Serra minas de metais, ou canteiras de pedras, ou de outros materiais de estimação.
8. De que plantas ou ervas medicinais é a serra povoada, e se se cultiva em algumas partes, e de que géneros de frutos é mais abundante.
9. Se há na Serra alguns mosteiros, igrejas de romagem, ou imagens milagrosas.
10. A qualidade do seu temperamento.
11. Se há nela criações de gados, ou de outros animais ou caça.
12. Se tem alguma lagoa ou fojos notáveis.
13. E tudo o mais que houver digno de memória.
Parte III
O que se procura saber do rio
1. Como se chama assim, o rio, como o sitio onde nasce.
2. Se nasce logo caudaloso, e se corre todo o ano.
3. Que outros rios entram nele, e em que sitio.
4. Se é navegável, e de que embarcações é capaz.
5. Se é de curso arrebatado, ou quieto, em toda a sua distância, ou em alguma parte dela.
6. Se corre de norte a sul, se de sul a norte, se de poente a nascente, se de nascente a poente.
7. Se cria peixes, e de que espécie são os que traz em maior abundância.
8. Se há nela pescarias, e em que tempo do ano.
9. Se as pescarias são livres ou algum senhor particular, em todo o rio, ou em alguma parte dele.
10. Se se cultivam as suas margens, e se tem muito arvoredo de fruto, ou silvestre.
11. Se têm alguma virtude particular as suas águas.
12. Se conserva sempre o mesmo nome, ou começa a ter diferente em algumas partes, e como se chamam estas, ou se há memória que em outro tempo tivesse outro nome.
13. Se morre no mar, ou em outro rio, e como se chama este, e o sitio em que entra nele.
14. Se tem alguma cachoeira, represa, levada, ou açudes que lhe embaracem o ser navegável.
15. Se tem pontes de cantaria, ou de pau, quantas e em que sítio.
16. Se tem moinhos, lagares de azeite, pisões, noras ou algum outro engenho.
17. Se em algum tempo, ou no presente, se tirou ouro das suas areias.
18. Se os povos usam livremente as suas águas para a cultura dos campos, ou com alguma pensão.
19. Quantas léguas tem o rio, e as povoações por onde passa, desde o seu nascimento até onde acaba.
20. E qualquer coisa notável, que não vá neste interrogatório."
18 março 2021
APONTAMENTOS
O propósito é lembrar alguns nomes de lugares, quintas, ruas, presas, caminhos e nomes esquecidos no tempo, que, com a nova toponímia foi perdendo sentido nomeadamente nos mais novos.
Hoje publico as letras
V
VASCO DA
GAMA (Avenida)
– Vasco da Gama, nasceu em Sines no ano 1469[1]. Navegador português,
D. Manuel I rei de Portugal, confiou o comando da frota, composta da nau S.
Gabriel, S. Rafael, S. Miguel e Bérrio, foi o grande descobridor do caminho
marítimo para a Índia.
Morreu em
Cochim na Índia, a 24 de Dezembro de 1524[2].
Avenida - Começa no cruzeiro,
ocupa a totalidade da estrada Nacional nº 106, termina no limite da freguesia,
com a de Santa Marinha de Lodares. Parte dos lugares de Bichas e Cruzeiro,
fazem parte desta avenida.
Z
ZÉ BELEZA
– José
Silva Ferreira, nasceu em Novelas a 24 de Novembro de 1918, figura típica
Novelense, contam-se muitos histórias principalmente de rapazes que lhe
atiravam pedras só para o ouvir ralhar.
Diz-se que é o autor da seguinte frase, “vou a Bustelo beber um copo, aqui os cachopos não me deixam em paz”. Morreu a ?????, na freguesia de Bitarães, vitima de acidente de viação, e falta de cuidados médicos imediatos. Está sepultado no cemitério de Novelas.
Novelas Julho de 2008
Novelas, maio 2010
jornalagalga@gmail.com
10 março 2021
APONTAMENTOS
O propósito é lembrar alguns nomes de lugares, quintas, ruas, presas, caminhos e nomes esquecidos no tempo, que, com a nova toponímia foi perdendo sentido nomeadamente nos mais novos.
Hoje publico as letras
R e T
R
RANHA (Largo; Lugar; Quinta;
Rua) – Trata-se de um regionalismo que
significa declive abrupto no leito de um rio; rápido; (são as chamadas ranhas,
degraus de água na largura do rio). Sítio aluído ou arrasado pela acção erosiva
das águas ou por escavamento[1].
Largo – No centro do lugar, a um pequeno
largo chama-se Largo da Ranha.
Lugar – Depois do cemitério, e, entre a
estrada nacional e o rio, era conhecido por Lugar da Ranha. Foi extinto com a
nova toponímia (ruas) Novelense.
Quinta – Encontra-se abandonada, e os seus
campos à muito que não são amanhados, muito recente foi vedada por muro e rede.
Situa-se quem vai do cemitério para o lugar à direita.
Rua – Começa no entroncamento dos caminhos do
cemitério para o lugar da Ranha, quando este encontra o que vai dar à ponte do
Codesso. Atravessa todo o lugar e termina ao encontrar a estrada nacional.
REGEDOR – Autoridade máxima da freguesia. Antiga autoridade administrativa de freguesia; funcionário que governa administrativamente uma freguesia[2].
LISTA DE
REGEDORES DA FREGUESIA DE NOVELAS
Século XX
NOME: |
DIA TOMADA
de
POSSE
|
Obs. |
António Moreira Garçês |
14.10.1902 |
|
João Baptista Ferreira |
02.01.1905 |
|
António Moreira Garçês |
26.04.1906 |
|
Leopoldo de Souza e
Silva |
20.03.1907 |
|
Joaquim António Rella |
09.12.1908 |
|
João Baptista Ferreira |
14.11.1910 |
|
Augusto Soares Constante |
20.05.1916 |
|
José de Souza |
22.02.1021 |
|
João Baptista Ferreira |
28.11.1921 |
|
António Alves Ferreira |
28.07.1924 |
|
Torcato de Souza Netto |
27.02.1926 |
|
António Alves Ferreira |
26.06.1926 |
a) |
Hermínio Soares Constante |
09.03.1927 |
a) |
Américo de Souza Meireles |
27.04.1931 |
a) |
Laurindo Moreira |
22.05.1933 |
a) |
António Mendes |
25.11.1935 |
b) |
Augusto José Lopes |
28.02.1938 |
a) |
Joaquim Moreira |
28.02.1938 |
b) |
Angelo Coelho |
10.05.1938 |
a) |
Angelo Coelho |
07.07.1943 |
b) |
António Mendes |
22.02.1949 |
a) |
António Ribeiro de Souza |
15.01.1951 |
a) |
António Joaquim Rodrigues |
23.02.1961 |
a) |
Alfredo de Sousa Teixeira |
28.01.1972 |
a) |
Fernando do Couto Rocha Melo |
28.01.1972 |
b) |
a) –a) – Regedor efectivo
b) b) - Regedor substituto
RELA (Casa) – “Armadilha para apanhar pássaros. Dispositivo
para afugentar pássaros”[3].
“Espécie de rã que vive nas moitas”[4].
Casa - Situada
junto da ponte de Novelas, hoje travessa do Ginço, aí funcionou a Junta de
Freguesia até o novo edifício ser inaugurado. Foi escola primária feminina,
sala de teatro, e casa do regedor.
RIO SOUSA
(Casa;
Estalagem; Rua) – O rio Sousa, nasce na freguesia de Sendim, concelho de
Felgueiras, e desagua no rio Douro na freguesia de Foz do Sousa. Corta ao meio
a freguesia de Novelas. O rio Sousa em Novelas tem seis pontes, Codesso, Pau,
Cordas, Novelas, Estrada Nacional e Estação. Atravessa uma região a que chamam
Vale do Sousa.
Casa – Na margem esquerda quase junto dos moinhos,
e muito perto do rio, existe uma casa conhecida por casa do (Rio), (hoje rua do
Rio), no inverno com a subida das águas esta fica com uma parte submersa.
Estalagem – Em frente da estação dos comboios, e
inaugurada no dia 6 de Novembro de 1965, com direito a corta fita, e presença das altas individualidades da Câmara e
Freguesia, a chuva e o povo também marcou presença. Neste dia também foi
inaugurada a melhoria da iluminação pública nas imediações da estalagem e da
estação do caminho-de-ferro.
Antes deste melhoramento existiam aqui uns
barracões em madeira, onde funcionava um (Garageiro – que reparava bicicletas),
e um armazém de sal.
Rua – Começa junto da ponte de novelas, lado
esquerdo do rio, segue junto deste, encosta-se à linha do comboio, se segue
este até ao limite da freguesia. Situa-se no extinto lugar da Ponte.
T
TERESA (Rua de Santa) – Teresa Cepeda de Ahumada, nasceu em Ávila,
no coração de Castela em 1515, reformadora do Carmelo, restabeleceu na sua
Ordem o espírito que presidira à sua fundação, fundou mais de vinte conventos,
morreu a 4 de Outubro de 1582.
Foi
proclamada Doutora da Igreja por Paulo VI, em 1970[5].
Rua – Começa na rua Central das Chaves, sobe até
encontrar a rua de Outeiro da Cruz. É muito estreita.
Situa-se no extinto lugar das Chaves.
TRAQUINAS (Jornal dos) - Primeira edição em
Dezembro de 2001, muitos artigos escritos por gente nova e entrevistas a jovens
principalmente atletas de Ténis de Mesa da Associação Recreativa Novelense, no Editorial
(aqui estamos nós[6])
assinado por Daniela Duarte, faz várias referências de como foi possível este
projecto e como ira ser o seu futuro, Napoleão Monteiro escreve a primeira
parte do “RIO SOUSA 2001”, história do rio desde a sua nascente.
Na montagem do jornal, surgem os nomes de
Filipa Bessa e Daniela Duarte.
TREVO (Rua) – Nome de várias plantas faseoláceas,
empregadas como forragem[7].
Rua – Começa junto da casa do Cerrado, sobe, é
estreita e com escadas, até de frente da escola do Covilhô.
TOJINHO (Lugar; Rua) –
Diminutivo de “Tojo[8]”. Nome comum a várias plantas espinhosas, de flores amarelas[9].
Lugar – Encravado entre a estrada nacional, o
lugar de Bujanda, e caminho que ia de Novelas para a Senhora da Guia.
Rua – Tem o seu inicio na rua das Fontainhas, sobe
até encontrar a estrada nacional, ao lado das bombas de gasolina.
TULHA (Capela; Lugar; Quinta)
– Pia de pedra onde se junta a azeitona
antes de ir para o lagar[10].
Do latim tudicula,
casa ou compartimento onde se depositam
cereais em grão e vários outros produtos, nomeadamente azeitona, azeite, etc.[11].
Capela – No
lugar de Arcocuzello daquém he Senhor della o Lencesiado Francisco Barboza
Carneiro onde se acha colocada a Imagemde de nossa Senhora da Conceição[12].
Encontra-se muito asseada e em bom estado de
conservação.
No último domingo de Maio, já de noite, sai em
procissão de velas, o andor de Nossa Senhora de Fátima, desta capela em
direcção da igreja, com as ruas por onde passa, iluminada por lamparinas de
cera. A rampa da igreja (rua Divino Salvador), com um tapete de flores digno de
ser visto assim como toda a parte envolvente da igreja.
Lugar – Os moradores à volta da quinta,
utilizaram este nome (Tulha). Foi extinto com a nova toponímia Novelense.
Quinta – Situada no lugar com o mesmo nome, separando-se
do lugar de Arcozelo da Aquém, quem vai para Penafiel entre os Lugares dos
Penedos e Bujanda, a casa continua habitada e bem arranjada. Um muro veda-a na
totalidade.
Novelas Julho de 2008
Novelas, maio 2010
[1] Temas Penafidelenses
Volume IV, pagina128 de António Gomes de Sousa e Manuel Ferreira Coelho.
[2] Dicionário Prático Ilustrado” da Lello & Irmão.
[3] Grande Enciclopédia do Conhecimento, Volume 13, página
2281.
[4] Dicionário
Prático Ilustrado” da Lello & Irmão, página 1020.
[5] Dicionário dos Santos, de Georges Daix,
página 173 e 174.
[6] Ver Jornal.
[7] Dicionário Prático
Ilustrado” da Lello & Irmão.
[8] Temas Penafidelenses
Volume V, pagina 20, de António Gomes de Sousa e Manuel Ferreira Coelho.
[9] Dicionário Prático Ilustrado” da Lello & Irmão.
[10] Grande Enciclopédia do
Conhecimento, Volume 16, página 2652.
[11] Temas Penafidelenses
Volume V, pagina22 de António Gomes de Sousa e Manuel Ferreira Coelho.
[12]
Temas Penafidelenses Volume III, pagina128, de António Gomes de Sousa e Manuel
Ferreira Coelho, resposta do padre de Novelas, ao inquérito do Padre Luís
Cardoso, mais conhecido por “Memórias Paroquiais de 1758”, muito recentemente
estive a falar com a responsável da capela que confirmou como orago a Nossa
senhora do Carmo.